Vejo muitos e muitos amigos meus batendo ponto naquela balada favorita, vejo pessoas que já são conhecidas de longa data frequentando milhões de baladas. “Tá Anna, mas por que você esta escrevendo isso?”. Simples, não é para julgar, ou falar que ta errado gastar dinheiro em momentos prazerosos de curto prazo, ou até mesmo fazer o perfil de pessoas que sempre frequentam, mas sim, do meu sentimento e visão sobre o meu momento atual.
Já fui muito arroz de festa, já fui vip em um monte de lugares, já vivi mais de 365 dias nas mesmas baladas curitibanas e sabem de uma coisa? Cansa. Não vou mentir que eu sinto falta de estar na pista de dançar, cantar, dançar e me divertir como se fosse o último dia da minha vida, porque eu realmente sinto falta.
Muita gente vem e me para na rua, manda mensagem, ou até mesmo convite das melhores festas que acontecem na cidade- na área vip mesmo- e durante um ano eu recusei praticamente todos os convites, se eu fui em cinco festas ano passado foi muito e não foi vip porque eu não quis. Muita gente me fala “Ai Anna, você ta velha, antiguada, tem que se divertir!”. E, muitos os casos eu invento uma desculpa pra não ir, porque tenho preguiça ou preciso do dinheiro para outra coisa.
Mas a verdade é; Minha vida mudou, minha realidade mudou. A comida ta cara, a luz subiu, o plano de internet não é barato, remédios também são caros, juntar dinheiro para viajar o mundo também não é barato. Minhas prioridades mudaram, e hoje eu passei a encarar minha vida de frente. A calcular gastos e dar mais valor ao dinheiro. E olhem, entrada de uma balada varia de $15 a 30 $ reais, uma dose de tequila uns $18 reais, outras bebidas por volta de $ 12 para cima, sem contar baladas tops que variam de 60$ a 100$ para mais.
Sinceramente? Prefiro gastar com outras coisas. É legal ir uma vez ou outra, gastar razoavelmente um dinheiro bom, mas com a companhia de amigos. E, ao menos a verdade é que eu passava todas as noites em balada, usando como escape, porque eu não queria encarar a merda que estava minha vida. Não sei quem inventou que toda sexta-feira, sábado, feriado e dia santo tem que ir para balada causar, beber, dançar. Mas só sei que quem disse que para se divertir e ser feliz, precisa bater ponto em todas as baladas da cidade, esta completamente enganado.
Entendam, não é questão de estar velha e sim, minhas prioridades mudaram e minhas responsabilidades aumentaram. Desculpa aí sociedade, mas não tenho mais 18 anos e nem tanta paciência assim, porque tudo o que essa galera esta fazendo, eu já fiz! Hoje eu quero diversão nova, novos lugares, pessoas, bares, eu quero o mundo e não um lugar fechado com milhões de pessoas que já me enjoaram.
(Anna Nitsche)
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